Eu vejo a esquina, sinto o que passou
Descendo pelo corredor tão triste assim
Te vejo, desejo, um beijo inteiro.
Passo a lembrar, tudo o que passou
Tudo o que ficou, tudo o que mudou
Na calada eu calo
Na madrugada eu lembro ...
Dos passeios, dos abraços, dos amassos, dos ensaios
Das conversas, das promessas, das charadas, das cantadas.
Palavras desgraçadas jogadas sobre o vento
No labirinto dos esquecimentos.
Palavras conturbadas sumiram sobre o vento
No labirinto dos esquecimentos.
O que quis me dizer
Foi o que eu quis te falar
Sem poder te mudar
Eu só pude escrever:
As rosas no deserto que um dia se queimaram
Não passaram de flores.
As rosas que pisamos pelas ruas apressados
Não passaram de flores.
Reviver outra arriscada e rabiscada aventura
Seria cinzas de flores
Sinceramente, o orvalho das tuas rosas com cinzas tem cores.
Não dá prá esquecer
O que é inesquecível.
Não dá prá desejar
O que é inacessível.
Não dá prá entender
O que é indistinguível.
As rosas no deserto que um dia se queimaram
Não passaram de flores.
As rosas que pisamos pelas ruas apressados
Não passaram de flores.
Reviver outra arriscada e rabiscada aventura
Seria cinzas e flores.
Sinceramente, eu só fui um dos teus divertidos circos de amores.
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