Ela levanta sua saia até os joelhos
Anda pela grama com seus pés descalços, rindo
Eu nunca aprendi a contar minhas bênçãos
Ao invés disso, escolhi morar em meus desastres

Andando morro abaixo
Pela grama crescida alta e marrom
E ainda, de alguma forma, é difícil superar minha dor
No passado a traseira estragada
Daquele velho e enferrujado Cadillac
Que afunda nesse campo coletando chuva

Eu sempre me sentirei deste jeito?
Tão vazio, tão afastado

Destes pores-do-Sol de cortar a garganta
Destas vazias e desanimadas manhãs tenho me cansado
Se através de meus rachados e empoeirados lábios sem valor
Eu dissesse essas palavras em voz alta, ninguém me ouvira

Deixe sua blusa na cadeira
Deixe cair as flores de seu cabelo
E me beije com sua boca campestre, tão singela
Lá fora, a chuva está batendo nas folhas
Para mim, é como se elas nos aplaudissem
Pelo amor silencioso que fazemos

Eu sempre me sentirei deste jeito?
Tão vazio, tão afastado

Bem, olhei meus demônios no olho
Abri meu peito e disse: façam seu melhor, me destruam
Veja, fui ao inferno e voltei tantas vezes
Que devo admitir que você meio que me entedia

Há várias coisas que podem matar um homem
Há muitas maneiras de morrer
Sim, e alguns já estão mortos e andam ao meu lado
Há várias coisas que não entendo
Por que tantas pessoas mentem
É a dor que eu escondo que alimenta o fogo dentro de mim

Eu sempre me sentirei desse jeito?
Tão vazio, tão afastado