Do verde que enche os olhos sendo paisagem
Da terra bruta que foi o chão das tropeadas
Rudez da forja deste meu povo de guerras
Audácia de uma identidade outrora criada
Mates em silêncio cevados por mãos rurais
Arrocinam caminhos e domas no lombo do tempo
Sonhos singelos de uma vida por inteira
Entre tantos perdidos e soltos ao vento
Somos nós o Rio Grande, como um dia se foi
Levando um nome tão lindo, a pata de cavalo
Somos o hoje como ainda seremos amanhã
Adiante de toda história com a coragem por embalo
Quem tem um chão amado pra chamar de seu
Traz por regalo uma essência que não se quebra
Fincando raízes e mesmo por vezes distantes
Traz no coração a altivez das mangueiras de pedra
Enquanto ecoar o canto de um quero-quero
Num fundo de campo, onde o gado berra
Levaremos por diante o grito de um “era era”
Pois como disse o índio “tem dono essa terra”
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